18/09/2013

Camadas de Amizade

Esta torta de origem Argentina (Santa Fé), apesar de parecer mega doce é delicada e deliciosamente equilibrada em sua doçura. Como deve ser a amizade - porque até o que tem muito doce, azeda... :o)

Ganhamos de presente de um amigo que constantemente vem fazendo gostosuras na cozinha. Vira e mexe sobram algumas para os amigos.

Postei esta foto no face e imediatamente surgiram pedidos da receita, que compartilho abaixo. Obrigado Sandro Gazzi.

Bom proveito meus queridos!





Receita

- 90g de manteiga sem sal
- 150 ml de agua
- 3 ml de alcool
- 90g de gemas
- 450g de farinha
- 2g de sal
- --- nata ou creme de leite batido para a cobertura
Misturar os ingredientes secos, e depois os molhados, amassar ate obter uma massa homogênea.
Retirar pedaços pequenos, e fazer discos tipo pizza bem finos. Corte com um prato ou na modelagem que preferir.
Assar a 180 graus por 10 min aproximadamente.
Montagem:
Colocar 1 disco e espalhar doce de leite. Colocar nas bordas e depois no meio,(melhor com uma manga de confeito) 
Colocar outro disco em cima e repetir o procedimento. A cada camada pressionar levemente para compactar.

Até 6 a 8 discos.
Colocar a nata em cima com uma espatula ou manga para confeito.

05/08/2013

Cozinha e Liderança ou Liderança na Cozinha?

Neste ano de 2013 iniciei o Mestrado em Gestão e Negócios, na Unisinos. E como de costume já inseri meus colegas no mundo das delícias da Casa de Babette. Nesta vibe de temperos e comidinhas gostosas também divulguei o blog. Bom, até aí nenhuma novidade. 

No final do semestre passado nos foi pedido pela Professora Patrícia Fagundes, um trabalho final. Uma obra de arte que contemplasse nossas principais competências em Liderança. Eu fiz um vídeo que mostra a receita do Pão Português e com ele um papo sobre liderança. Conectando de maneira espontânea e criativa estes dois mundos. Até que foi divertido. Infelizmente não consegui passá-lo por motivos técnicos: sou psicóloga, não técnica em informática nem editora de vídeos! Não deu muito certo.

Mas o desafio seguiu e aqui deixo algumas conexões sobre liderança e cozinha.

A começar pela roupa do Chef, cujo Dólmã era na realidade parte de um traje militar turco, a passar pelo chapéu mais alto da cozinha. Todos signos de poder. Para quem já trabalhou ou trabalha em cozinha sabe o que é a guerra na correria em atender os clientes. Aquele glamour que vemos no prato, quando servido. A obra de arte estampada em cores e sabores, não imagina que por detrás da "obra" normalmente estão pessoas quase se matando. 


Exagero ou não, procure dar uma espiada em uma cozinha de restaurante quando ela está bombando: facas voando, fogo saindo pelas ventas! Daí a importância suprema de um líder. Daí a importância de competências de uma boa e eficaz liderança. Alguém que direcione, que acalme, que organize, que de os feedbaks certeiros e justos, que harmonize, que elogie, que se alegre, que "pegue" junto.

A arte de cozinhar é tão desafiadora como a arte de liderar. E para mim são duas artes de guerra, pois demandam estratégia. Cozinhar para cinco ou para quinhentas pessoas demanda logística. Assim como para liderar cinco ou quinhentas pessoas.  Competências como: escuta aberta, plena atenção, capacidade de tomar decisões rápidas, quando necessário, empatia, espírito de equipe, olhar sistêmico, agilidade, enfim... fazem parte destas duas artes, para mim.

De todas as vezes em que encarei a cozinha - e olha que já cozinhei para muitas pessoas - minhas competências de liderança foram exigidas. Desde motivar a equipe e influenciá-la para que conseguíssemos chegar ao objetivo, até coordenar as atividades, acompanhando os movimentos dos membros e as mudanças que iam ocorrendo ao longo do processo.

Ao final, sucesso! Bons pratos! Satisfação dos clientes. Alegria e reconhecimento para todos os envolvidos. Isso sim faz valer a pena.





11/07/2013

Café

Colhido, escolhido dentre tantos... o mais maduro, o melhor.

Selecionado com amor... na mais pura expressão da natureza.

De tão distante os grãos vão caindo entre as lâminas que impiedosamente os trituram num movimento transformador...

O pó comprimido e sujeito à fervura da água vem aos poucos revelando seu aroma, que me remete para o cafezal.

Suco negro, quente, perfumado, que me traz à memória a vida que ainda habita em mim. 
Numa tarde de sol ou de chuva... de dor ou de alegria... de decisões ou de fugas... antes ou depois do amor. O amargo que aguça os doces... simplesmente... café!

Inspiração enquanto preparo um café colombiano... um dos melhores do planeta! 
_/\_

09/06/2013

Essência

Domingo, sol e friozinho... primeiro fogo do ano no fogão à lenha.  Na panela um cozido de carne preparado da forma mais simples e saudável possível, com batatas: inglesa e baroa, cogumelos frescos, molho de tomate, vinho tinto, ervas e temperos.

Para servir uma dica que "roubei" da amiga Lu Ruschel: servir em uma cumbuca coberta com massa folhada.
Fantasticamente simples e perfeitamente quente até o final da última garfada!

O formato pode ser usado para outros pratos, tipo: sopas, mocotó e outros cozidos.  É só colocar o cozido dentro da cumbuquinha, pincelar manteiga nas bordas e cobrir com a massa folhada (que deve ser um pouco esticadinha antes). Eu ainda pincelei a massa antes de ir para o forno ovo batido. E pronto!  Enquanto comíamos o cozido, as casquinhas da massa folhada se misturavam a ele, dando uma crocância bem bacana. E o melhor de tudo: a comida permanece quente até o final da refeição! 

Deve-se tomar o cuidado para não queimar os dedos, por isso usei uma cestinha de palha - que tenho especialmente para isto - em cima de um prato.

Simples... A simplicidade me parece extremamente essencial. Mas é tão complexa que temos dificuldades em enxergar... em entender.

O dia se estendeu e no entorno do fogão à lenha e na aventura da "cumbuquinha" passei com amigos muito queridos um dia muito especial... 
Gracias: Julio e Felipe Morandi e Queridíssima Gabriela Tasca!

Bj da Babette!



23/02/2013

O Que Vem do Quintal

Manjericão
24 potinhos de 100grs cada
 Eu adoro pesto! Amo pesto!! Esta mistura de manjericão, óleo de oliva, castanhas do pará (pinholis estão pela hora da morte), queijo pecorino toscano ou grana padano, e sal me tiram dos sapatos quando provo.

E como gosto muito, faço muito. Não só pra mim, mas para vender também. Manjericão é uma planta que gosta de calor e muita água. Esta é a sua alta temporada. Então tenho que aproveitar. Dois dias de trabalho e... 2400grs de pesto pronto.

Pode ser congelado para não correr o risco de mofar, mesmo na geladeira. E quanto servido com um bom spaghetti e uma bela taça de vinho não se precisa de mais nada! Aliás é bom que se faça silêncio e se aprecie o sabor que enche a boca e o perfume que invade todos os sentidos.

Chego a ficar eufórica toda vez que sirvo um dos meus pestos. A massa fica verde! É fantástico! E o mais maravilhoso é que saiu do meu quintal. Eu plantei, eu colhi, eu preparei. A alquimia envolta neste ritual é única e faz parte daquele momento.

Acredito que a energia do afeto impresso na preparação deste (e de outros produtos que faço) faz com que as pessoas se sintam felizes ao comer. Muito mais pelo que ali não se vê.

Hoje, excepcionalmente este pesto foi protagonista de um almoço mais do que especial: o de meu marido, que está hospitalizado e que ao dar a primeira garfada, fechou os olhos e numa expressão de prazer foi inundado pelo sabor e pelo afeto ali presentes.




14/02/2013

A Beleza do Engano

Lindíssimo não?! Um tiramisu de deixar qualquer um com água na boca. ai ai...

Pois bem, a amiga Gabriela Tasca que não me deixa mentir... nunca comi uma sobremesa tão ruim na vida! Seca, com um sabor esquisito que nem de longe lembrava um tiramisu.

Revendo as fotos de viagens me deparei com esta e daí a associação! Comemos com os olhos antes de mais nada. Comemos a vida pelos olhos antes de mais nada. Infelizmente. Eu, você e todo mundo que enxerga!

Você já parou pra pensar porque fecha os olhos quando come algo fantasticamente maravilhoso? Ou quando sente o cheiro de uma comida que remete a boas lembranças? Até mesmo quando se tem um orgasmo, na maioria das vezes os olhos são fechados... Pois bem... nem sempre dentro de uma embalagem encantadora estará um belo presente. A forma nem sempre está conectada com o conteúdo.

Fazemos isto com tudo na vida - pré conceitualizamos! Romper com os modelos mentais é tarefa difícil, pois significa estar sempre alerta. Olhar alguém na rua, ser apresentado a alguém no trabalho, ver uma imagem na TV, enfim... pode-se sentir o mundo de tantas maneiras diferentes, mas nosso imediatismo nos joga para a "primeira impressão". 

Nos enganamos tanto com o "feio" quanto com o "belo", portanto a dica e também o alerta é sentir pelos poros. Olhar duas vezes pelo menos e escutar o que os sentidos dizem antes de imprimir no pensamento o conceito.

13/02/2013

Espontaneidade

melão crescendo

Faz horas que venho até o blog e não sai nada. Completamente sem inspiração... até que... Cheguei em casa depois de 9 dias fora em viagem à Patagônia Argentina. Lógico que completamente alucinada pelas belíssimas obras de Deus naquele lugar. Como não me inspirar?! Aliás, posts sobre a viagem vêm aí ole ole olá!

Belas ideias, coisas boas e produtivas surgem de onde menos se espera. E minha casa mais uma vez me ensinou isto: na forma de um pé de melão que cresceu sobre o piso próximo à cozinha e os dois pés de pimenta que brotaram no vaso do bambu. Completamente espontâneos! Eu plantei sementes de melão no quintal e sementes de pimenta em vasos. As sementes voaram? Os pássaros as levaram? Não importa. O que importa é que eles escolheram seus lugares e ali estão. Num ato de espontaneidade estão vivos, produtivos.




Todo este movimento de vida me fez pensar - enquanto fotografava, olhava, admirava... o que fazemos com nossa espontaneidade? É curioso este post neste momento, pois justamente agora estou envolvida com este tema para um trabalho de conclusão da especialização. Mas enfim...


A percepção que tenho é que quanto mais controlamos, quanto mais temos medo, quanto menos arriscamos, menos estamos preparados para o novo, para a mudança. Mais resistências em sair da nossa boa zona de conforto, e assim por diante.

Não confundamos espontaneidade com sinceridade ou o falar tudo o que se deseja. Isto é outro departamento. Isto nada tem a ver com ser espontâneo. Lembro de uma passagem de um autor chamado Jacob Levy Moreno - o pai do Psicodrama - que diz que nasceram mais Michelangelos, mais Jesus Cristos do que os que conhecemos, mas o que fez com que estes homens tivessem tido a vida que tiveram? O que fez com que eles tomassem as decisões que tomaram? Certamente, a espontaneidade.



Escrever, compor, pintar, rezar, cozinhar, fotografar, seja lá qual verbo for... em todas estas ações é possível ser espontâneo.

As sementes das pimenteiras e do pé de melão aqui de casa foram 100% espontâneas: onde eu as plantei, não frutificaram. Elas escolheram seu lugar e espontaneamente apareceram, para a minha felicidade. E com a espontaneidade veio a criatividade: lugares pouco ou nada comuns para o cultivo de ambos.  Aprendi. E de forma espontânea escrevo e compartilho este momento que pra mim é digno de encantamento.



Sou...

Minha foto
Uma apaixonada pela vida com todas as suas complicações e gratas surpresas.