Em uma cesta singela coloquei uma caponata, uma manteiga temperada, um molho de tomate feito artesanalmente e um pão recém saído do forno, que resolvi fazer recheado com as ervas do meu canteiro. De lambuja para adoçar a cesta, pus uma geléia de feijoa feita pela amiga Michele Valent.
Do jardim colhi lavandas para decorar e para enfeitar o pão, uma pimenta e alecrim, igualmente colhidos de minha casa.
O ritual em fazer o pão e preparar a cesta estava repleto de afeto. De boas energias. Daquele sentimento bom e gostoso, que se iguala ao cheiro do pão saindo do forno, do perfume do café sendo passado numa manhã fria de inverno (uma de minhas mais maravilhosas lembranças de criança), do estar à mesa com meus avós e partilhar felicidade. Me emociona tanto... e com esta emoção embalei este ritual.
Quando entreguei a cesta os olhinhos dele se arregalaram. Primeiro por talvez não entender o que estava ali. Depois de surpresa pelo inusitado. E pela beleza no que é singelo, mas repleto de significado. Me disse: "- Isso tudo é da tua casa?!" Ao que respondi: "- Bem, quase tudo. Mas foram preparados pensando em ti".
Ficamos felizes. Sei que quando ele for abrir a cesta e provar de seu sabor, estará se nutrindo muito mais do que com um alimento. Estará sendo inundado também pelo meu afeto e desejo sincero de saúde e felicidade, pois em cada molécula daquele presente estou eu.
E você? Que presentes têm dado?!
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| Cesta saindo do "forno" |
