11/07/2012

A Plena Atenção


É curioso como manter atenção na nossa vida e no que nos rodeia pode fazer a diferença. Sinto o quanto é difícil a plena atenção porque temos tantas e tantas distrações, mas quando nos conectamos com nossos plugs internos como fica tudo mais fácil. 

Resolvi escrever porque o que houve comigo, do ponto de vista de um acontecimento diário, é simples e corriqueiro, mas do ponto de vista de quem está em atenção me parece magnífico!

Passei uma manhã bem tranquila e depois de me enfiar de cabeça na seção de livros de Gastronomia na FNAC resolvi dar o fora do Barra Shopping antes de lá deixar as calças...

Fui até o estacionamento pensando no que havia comprado e estava feliz em poder ler e aprender mais sobre coisas novas e tal. Ainda quando liguei o carro pensei: ah, vai ser melhor ir para casa, já que tenho várias coisas importantes me esperando e será melhor não almoçar por aqui para não me tardar e tal... Mas ainda pensei: e se eu ficasse, como seria? 

Pois bem, quando saí do portão de entrada lateral do Barra, em direção à zona sul, estava ouvindo um cd de música japonesa e naquela vibe zen arranquei o carro e fiz o que normalmente (quando estou mais atenta) faço: contar até 3 para atravessar um cruzamento mesmo com o sinal aberto pra mim. Não precisava, mas olhei para o lado esquerdo - que estava com o sinal fechado e vários carros parando, menos um! Um Picanto prata que não havia me visto. Quando me viu arrastou pneus. Eu freei também. Não colidimos apesar de ficarmos tão próximos. Ele tão perto da minha porta que dava para descrever o motorista em detalhes. Abri minha janela e percebi o quanto o motorista estava atônito! Me pediu desculpas sinceras. Eu olhei pra ele e disse que talvez não precisasse correr tanto assim para chegar sempre no mesmo lugar. Talvez ele não tenha ouvido. Porque com as mãos espalmadas próximas ao rosto, ele olhava pra baixo sacudindo a cabeça como quem se pergunta: o que eu tô fazendo?! O que eu poderia ter feito? E eu saí, apesar da adrenalina do susto e do barulho da freada, bem. Segui ouvindo meu CD e resolvi escrever. Vim até em casa pensando sobre a plena atenção. Esta conexão que nos salva a vida muitas vezes.  A mesma atenção que devemos ter no preparo dos alimentos. Foram apenas 3 segundos. Meu professor de Bonsai me dizia que quando nos machucássemos trabalhando com uma árvore o melhor a fazer era deixar para outro dia, porque certamente não estávamos atentos.

Quantas vezes queimamos a comida, derramamos o leite, cortamos os dedos, erramos no sal ou na pimenta. Me parece que neste momento onde não há a atenção também não há conexão portanto não estamos sentindo o presente. 

Talvez hoje minha missão na vida daquele motorista tenha sido a de ser a ferramenta para ele sentir mais o presente. Porque creio que se ele continuar correndo e não enxergando um sinal fechado provavelmente vai  "sentir" da pior maneira e talvez faça mais alguém sentir junto, que teria sido meu caso.

É curioso, mas pessoas que já passaram por acidentes ou doenças severas e sobreviveram falam normalmente do mesmo sentimento: acordei para a vida!

Enfim... quis compartilhar.

Ainda em tempo - livros que comprei
  • América de Jamie Oliver (para um projeto que estou desenvolvendo que tem a ver com culinária do Tio Sam)
  • De Bem com a Natureza - Conceição Trucom - Conceitos, dicas e receitas para crianças de todas as idades.
  • Às Mesas do Poder - dos banquetes gregos ao Eliseu - Jean-Marc Albert





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Uma apaixonada pela vida com todas as suas complicações e gratas surpresas.