23/02/2013

O Que Vem do Quintal

Manjericão
24 potinhos de 100grs cada
 Eu adoro pesto! Amo pesto!! Esta mistura de manjericão, óleo de oliva, castanhas do pará (pinholis estão pela hora da morte), queijo pecorino toscano ou grana padano, e sal me tiram dos sapatos quando provo.

E como gosto muito, faço muito. Não só pra mim, mas para vender também. Manjericão é uma planta que gosta de calor e muita água. Esta é a sua alta temporada. Então tenho que aproveitar. Dois dias de trabalho e... 2400grs de pesto pronto.

Pode ser congelado para não correr o risco de mofar, mesmo na geladeira. E quanto servido com um bom spaghetti e uma bela taça de vinho não se precisa de mais nada! Aliás é bom que se faça silêncio e se aprecie o sabor que enche a boca e o perfume que invade todos os sentidos.

Chego a ficar eufórica toda vez que sirvo um dos meus pestos. A massa fica verde! É fantástico! E o mais maravilhoso é que saiu do meu quintal. Eu plantei, eu colhi, eu preparei. A alquimia envolta neste ritual é única e faz parte daquele momento.

Acredito que a energia do afeto impresso na preparação deste (e de outros produtos que faço) faz com que as pessoas se sintam felizes ao comer. Muito mais pelo que ali não se vê.

Hoje, excepcionalmente este pesto foi protagonista de um almoço mais do que especial: o de meu marido, que está hospitalizado e que ao dar a primeira garfada, fechou os olhos e numa expressão de prazer foi inundado pelo sabor e pelo afeto ali presentes.




14/02/2013

A Beleza do Engano

Lindíssimo não?! Um tiramisu de deixar qualquer um com água na boca. ai ai...

Pois bem, a amiga Gabriela Tasca que não me deixa mentir... nunca comi uma sobremesa tão ruim na vida! Seca, com um sabor esquisito que nem de longe lembrava um tiramisu.

Revendo as fotos de viagens me deparei com esta e daí a associação! Comemos com os olhos antes de mais nada. Comemos a vida pelos olhos antes de mais nada. Infelizmente. Eu, você e todo mundo que enxerga!

Você já parou pra pensar porque fecha os olhos quando come algo fantasticamente maravilhoso? Ou quando sente o cheiro de uma comida que remete a boas lembranças? Até mesmo quando se tem um orgasmo, na maioria das vezes os olhos são fechados... Pois bem... nem sempre dentro de uma embalagem encantadora estará um belo presente. A forma nem sempre está conectada com o conteúdo.

Fazemos isto com tudo na vida - pré conceitualizamos! Romper com os modelos mentais é tarefa difícil, pois significa estar sempre alerta. Olhar alguém na rua, ser apresentado a alguém no trabalho, ver uma imagem na TV, enfim... pode-se sentir o mundo de tantas maneiras diferentes, mas nosso imediatismo nos joga para a "primeira impressão". 

Nos enganamos tanto com o "feio" quanto com o "belo", portanto a dica e também o alerta é sentir pelos poros. Olhar duas vezes pelo menos e escutar o que os sentidos dizem antes de imprimir no pensamento o conceito.

13/02/2013

Espontaneidade

melão crescendo

Faz horas que venho até o blog e não sai nada. Completamente sem inspiração... até que... Cheguei em casa depois de 9 dias fora em viagem à Patagônia Argentina. Lógico que completamente alucinada pelas belíssimas obras de Deus naquele lugar. Como não me inspirar?! Aliás, posts sobre a viagem vêm aí ole ole olá!

Belas ideias, coisas boas e produtivas surgem de onde menos se espera. E minha casa mais uma vez me ensinou isto: na forma de um pé de melão que cresceu sobre o piso próximo à cozinha e os dois pés de pimenta que brotaram no vaso do bambu. Completamente espontâneos! Eu plantei sementes de melão no quintal e sementes de pimenta em vasos. As sementes voaram? Os pássaros as levaram? Não importa. O que importa é que eles escolheram seus lugares e ali estão. Num ato de espontaneidade estão vivos, produtivos.




Todo este movimento de vida me fez pensar - enquanto fotografava, olhava, admirava... o que fazemos com nossa espontaneidade? É curioso este post neste momento, pois justamente agora estou envolvida com este tema para um trabalho de conclusão da especialização. Mas enfim...


A percepção que tenho é que quanto mais controlamos, quanto mais temos medo, quanto menos arriscamos, menos estamos preparados para o novo, para a mudança. Mais resistências em sair da nossa boa zona de conforto, e assim por diante.

Não confundamos espontaneidade com sinceridade ou o falar tudo o que se deseja. Isto é outro departamento. Isto nada tem a ver com ser espontâneo. Lembro de uma passagem de um autor chamado Jacob Levy Moreno - o pai do Psicodrama - que diz que nasceram mais Michelangelos, mais Jesus Cristos do que os que conhecemos, mas o que fez com que estes homens tivessem tido a vida que tiveram? O que fez com que eles tomassem as decisões que tomaram? Certamente, a espontaneidade.



Escrever, compor, pintar, rezar, cozinhar, fotografar, seja lá qual verbo for... em todas estas ações é possível ser espontâneo.

As sementes das pimenteiras e do pé de melão aqui de casa foram 100% espontâneas: onde eu as plantei, não frutificaram. Elas escolheram seu lugar e espontaneamente apareceram, para a minha felicidade. E com a espontaneidade veio a criatividade: lugares pouco ou nada comuns para o cultivo de ambos.  Aprendi. E de forma espontânea escrevo e compartilho este momento que pra mim é digno de encantamento.



Sou...

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Uma apaixonada pela vida com todas as suas complicações e gratas surpresas.