Nasceu Mariana. A filha linda e amada de Carol Moraes e Emerson Oliveira (a quem peço licença para usar de exemplo). Vendo a Mari ser amamentada enchi meu coração de alegria e um pensamento invadiu minha mente: nosso contato mais profundo e primeiro com a mãe - com este mundo - não é o colo, o beijo ou o cheiro. É o alimento! O seio! Antes de ser amamentada a Mari estava sendo alimentada pelo cordão umbilical. Tá e daí... todo mundo sabe disto! Alguns impacientes já podem estar pensando... ok, ok. Mas vendo as duas ali, na boa, naquele encanto todo, pensei: porque alguns pais transformam a alimentação dos filhos num verdadeiro caos? Vão perdendo o encanto da amamentação e passam para as coisas rápidas e nada saudáveis em nome do que? Investe-se tanta dedicação no processo de amamentar; as mães são estimuladas a dar de mamar por bastante tempo com vistas a que o bebê seja mais saudável e protegido contra doenças. E quando cresce? Os pais optam pelos fast foods, por deixar comer em frente à TV, por não sentar em uma mesa de restaurante ou pior: levar os aparelhinhos eletrônicos barulhentos para a mesa a fim de distrair. Mas como assim distrair? Isso faz com que a criança não entre em contato com o que está fazendo. Ela está se nutrindo. Deve ser o momento de sentir o corpo se fortalecendo. O momento de agradecer o alimento; de agradecer aos que o cultivaram e aqueles que o prepararam.
Me recordo que, quando criança, ao sentar à mesa, na casa dos meus avós maternos, meu avô dizia: na hora de comer não se deve falar. Parecia autoritário e sem sentido naquela época. Mas faz todo o sentido. Porque quando um bebê é amamentado as pessoas procuram deixar a mãe tranquila, falam baixo ao redor e não há agitação? E porque quando cresce, tem à mesa a família correndo, chegando e saindo ou a TV ligada ou brinquedos distraindo sua atenção?
Me parece profundamente que a primeira lição sobre respeito é ensinar aos nossos filhos como comer. E talvez ensinando a eles possamos também nos reeducar em relação não só ao que comemos, mas também como fazemos.
Vida saudável à Mariana e a sua família querida. Aos pais fica a dica: menos TVs e mais jardins; mais confraternização e menos celulares. Entrar em contato não é o beijo da saída, mas o olhar da chegada!
