26/01/2015

A muleta que derruba

Há uns dois anos comecei a plantar frutíferas aqui em casa. Desde que me conheço por gente (e lá se vão 44 anos) sempre vivi em meio às frutas, pois meus pais, meus avós maternos e paternos as cultivavam. Normalmente os enxertos plantados vêm "ancorados" no que chamamos de "cavalo", ou seja, uma árvore que permite que a frutífera se desenvolva.
Ano passado percebi que um dos meus enxertos estava morrendo. Olhando de perto percebi que o "cavalo", ou seja, sua muleta, havia se desenvolvido mais e acabou por matar o enxerto.
Hoje, colhendo lindos e perfumados limões sicilianos, percebi que outra frutífera, desta vez de laranja sanguínea estava no mesmo caminho. Daí me veio a conexão: em vários momentos da vida precisamos de um apoio, de uma muleta, mas se não a deixamos em tempo, ela se enraíza e passamos a ser ela e não nós. Já percebi isto em alguns de meus pacientes. E em mim mesma.
Amanhã, com respeito e agradecimento, cortarei a "escora" de minha laranjeira, pois enquanto esta estiver lá, impedirá a outra de dar frutos.
E quanto as suas?


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